A lenda do Capitão Jack
Thomas Treloar era um inglês que capitaneou os trabalhos na Mina da Passagem no sec. XIX (ver história da Mina da Passagem). Diz a lenda que ele nunca se recuperou da morte da esposa Alarina (1867), em cujo funeral foi realizado o ritual religioso conhecido como “Batismo para os Mortos”, próprio da igreja Mórmon. Era comum o capitão cruzar a cavalo o Morro de Santana, onde morava, e chegar pela margem do Ribeirão do Carmo até Passagem de Mariana. Thomas Treloar voltou à Inglaterra em 1871 e morreu em 1880, mas dizem que seu coração ficou em Passagem de Mariana com sua amada esposa. Alguns dos relatos falam sobre um vulto fantasmagórico montado a cavalo que se identifica como capitão Jack para quem o flagra rondando o Cemitério dos Ingleses. Acredita-se ser este o fantasma de Thomas Treloar que, após sua morte, voltava sempre para visitar Alarina e passou a assumir a identidade genérica que aponta para todo e qualquer inglês da Cornualha como o “Primo Jack” ou Cousin Jack, daí “capitão Jack”. Não se explica na lenda o porquê da fixação física ao local do cemitério, uma vez que ambos já são mortos e, digamos, poderiam se encontrar em planos mais etéreos e espirituais. Entretanto existe a possibilidade do ritual do “Batismo para os Mortos” ter operado tal fixação ao nosso mundo.